Diarreia: o que devo fazer?

A diarreia são fezes líquidas, aquosas, frequentes e normalmente acompanhadas por dor abdominal. Normalmente, é causada por vírus e alimentos contaminados.

Considera-se diarreia quando o volume de matéria fecal é significativo (mais de 0,5kg por dia), ou dejeções líquidas, mais de 6 vezes ao dia. Assim, importa não confundir com um trânsito intestinal regular, pois é normal quando se ingerem grandes quantidades de fibra vegetal, ir mais vezes à casa de banho, mas nesses casos, as fezes estão bem formadas e não são líquidas. Normalmente, as fezes contêm entre 60% e 90% de água. A diarreia ocorre quando os 90% são ultrapassados.

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Tipos de diarreia

Existem diferentes tipos de diarreia, sendo importante distinguir:

Diarreia osmótica

diarreia osmótica ocorre quando certas substâncias que não podem ser absorvidas pela corrente sanguínea, permanecem no intestino. Estas substâncias fazem com que uma quantidade excessiva de água permaneça nas fezes, provocando diarreia. Certos alimentos como algumas frutas, feijões, adoçantes, doces e pastilhas elásticas podem provocar diarreia osmótica. Também a intolerância à lactose pode ser uma das causas. Normalmente, o quadro cessa quando se deixa de ingerir o alimento em questão.

Diarreia secretora

diarreia secretora acontece quando o intestino delgado e o grosso segregam sais (especialmente cloreto de sódio) e água. Certas toxinas, como a presente na infeção da cólera (infeção do intestino delgado) e as produzidas noutras diarreias infeciosas, podem provocar estas secreções.

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Causas da diarreia

Para além das causas ou fatores associados à diarreia mencionados já anteriormente, existem ainda outras situações e até mesmo alimentos e fármacos que podem causar alterações a nível do trânsito intestinal:

  • Trânsito intestinal alterado: de forma a que as fezes adquiram uma consistência dita “normal”, estas devem permanecer no intestino grosso durante um determinado tempo. As fezes que abandonam o intestino grosso muito depressa são aquosas e as fezes que permanecem demasiado tempo ficam duras e secas. Muitas doenças e tratamentos diminuem o tempo que as fezes permanecem no intestino grosso;
  • Disbiose intestinal: consiste no crescimento anormal da flora intestinal ou no desenvolvimento de bactérias que normalmente não se encontram no intestino. As bactérias intestinais normais desempenham um papel importante na digestão. Portanto, qualquer alteração nelas pode provocar diarreia.
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Recomendações

Em primeiro lugar, é necessário identificar a causa da diarreia. Se for uma substância ou um alimento específico, como um consumo maior do que habitual de laticínios, de cafeína, de laxantes, de fibras (ex.: sementes) ou outro, temos de cessar essa ingestão e tudo fica resolvido em pouco tempo. Também a toma prolongada de antibióticos pode provocar a disbiose e por consequente a diarreia, assim como a ansiedade e o nervosismo.

Caso se trate de uma gastroenterite ou não saiba exatamente a causa, então deve eliminar um pouco de tudo o que foi referido anteriormente.

Redobre também os cuidados de higiene, como lavar as mãos, em casos de diarreia infeciosa, de forma a evitar transmitir a outras pessoas.

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Alimentos que pode comer

  • Bebidas vegetais (sem adição de açúcares);
  • Carnes de aves;
  • Batatas, arroz, quinoa (tudo bem cozido);
  • Azeite (em pequenas quantidades);
  • Banana (de forma a compensar as perdas de potássio);
  • Fruta cozinhada sem casca e coada (ex.: maçã, pera e pêssego);
  • Legumes cozidos e sem casca (cenoura, abóbora, courgette, nabo, chuchu, cebola);

Alimentos a evitar

  • Leite e derivados, gorduras (ex.:frutos secos, sementes, abacate, côco ralado e azeite);
  • Almentos ricos em fibras (ex.: leguminosas e cereais integrais);
  • Alimentos ricos em açúcares simples (como produtos de pastelaria) e bebidas açucaradas;
  • Comidas condimentadas.

Os alimentos que se devem evitar ou diminuir durante o período em que se sofre de diarreia são basicamente a fibra presente nos legumes e as gorduras, sobretudo de origem animal.

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Há medida que se vai sentindo melhor, reintroduza gradualmente os alimentos, começando pelos vegetais crus e frutas inteiras, os laticínios sem lactose e por fim as fibras como as sementes, a aveia integral e os restantes cereais.

Água

Fique atento à desidratação, pois a diarreia causa a perda de líquidos e pode causar desidratação.

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Plano alimentar (exemplo)

Segue um modelo de plano alimentar que pode seguir:

  • Pequeno-almoço:
    • Pão de mistura (nem branco, nem integral) ou cornflakes sem açúcar;
    • Manteiga magra (em pequena quantidade);
    • Chá ou infusão de ervas (sem adição de açúcar);
  • Meio da manhã: fruta cozida ou assada (ex.: maçã reineta, pêra ou marmelo – simples ou com canela);
  • Almoço:
    • Proteína: carne de aves ou peixes com pouca gordura, cozidos, grelhados ou levemente estufados;
    • Hidratos de carbono: arroz carolino/agulha bem cozido, batata comum;
    • Legumes: só bem cozidos, se tolerados (ex.: cenoura, abóbora, nabo, chuchu);
  • Lanche:
    • Tostas comuns ou tortitas de arroz/milho + queijo de barrar (preferencialmente sem lactose e em pequena quantidade)
    • Chá ou infusão de ervas (sem adição de açúcar);
  • Jantar:
    • Creme/sopa de cenoura com chuchu e cebola;
    • Um prato semelhante ao almoço (em menor quantidade).

Para saber mais sobre a diarreia, clique aqui.

Conclusão

A diarreia deve sempre ser transitória, caso se mantenha não hesite em contactar o seu médico. Não a provoque com uso excessivo de laxantes, pois está a “desgastar” a parede do seu intestino e, assim, a potenciar doenças graves como a colite e os cancros do cólon.

Em casos de diarreia, já sabe quais as estratégias (os alimentos a incluir e os alimentos a evitar), que deverá por em prática para atenuar a sintomatologia.

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