A verdade é que o ambiente que nos envolve faz toda a diferença no nosso comportamento e atitudes. O nosso cérebro, por si só, gosta de organização. Pensemos agora no nosso ambiente de trabalho: trabalhamos melhor
num ambiente limpo e organizado ou sujo e desorganizado?
A organização e o planeamento das refeições são a chave para seguirmos uma alimentação saudável.
É imprescindível dedicarmos algum tempo livre da semana para planearmos as nossas refeições. Assim, as coisas acontecem com melhor fluidez durante a semana. No entanto, importa reforçar que dias não são dias, ou seja, dentro da rotina, não há problema em haver exceções em determinados dias.
Mas não nos podemos esquecer, o equilíbrio é a chave! É necessário também que essas exceções sejam bem planeadas.

Passo 1: Verificar tudo o que tem no frigorífico/congelador e dispensa
A primeira coisa que devemos fazer em relação ao planeamento semanal é analisar tudo aquilo que temos em casa (frigorífico, congelador, dispensa e armários – todos os locais onde guardamos a comida), para utilizarmos de base para as refeições dessa semana. Assim, conseguimos evitar o desperdício e, para além disso, conseguimos ainda poupar.
Devemos também aproveitar para deitarmos fora tudo o que está fora do prazo de validade e/ou estragado.
Às vezes, acabamos por comprar tantas coisas e nem temos consciência do que está ali à disposição, por isso olhar para tudo é importante!
Se houver algum alimento ou produto alimentar que precisa de ser consumido com mais urgência, sabemos então que ele deve fazer parte da ementa dessa semana. Então, devemos tomar notas: fazer uma lista de tudo o que já temos, de modo a não nos esquecermos do que está disponível no momento de elaborar a ementa.

Passo 2: Definir as refeições e os respetivos dias
O próximo passo é pensarmos e esquematizarmos a nossa rotina. Devemos pensar em como funciona a nossa semana, quais são as refeições que fazemos em casa, para quantas pessoas serão as refeições, o número de refeições que devemos planear, etc.
Para ajudar nesse processo, devemos responder às seguintes questões:
- Quais as refeições que quero planear? Almoço e jantar? Só o jantar? Devo incluir o pequeno-almoço e lanches também?
- Vou levar algum lanche para o trabalho?
- Para quantos dias vou fazer essa organização? Segunda a sexta? Todos os dias da semana?
- Vou preparar essas refeições apenas para mim ou para mais alguém da casa?
- Tenho tempo para fazer alguma coisa durante a semana ou preciso de fazer todas as refeições de uma vez só no fim de semana (ou noutros dias que esteja de folga)?

Passo 3: Elaborar a ementa
Após definirmos a frequência do planeamento e o número de refeições que serão feitas, é preciso elaborarmos a ementa semanal. Para auxiliar na montagem da ementa, podemos seguir a seguinte ordem:
- Cereais, derivados e tubérculos:
- Alimentos para as refeições intermédias:
- Cereais de pequeno-almoço (cereais do tipo Cornflakes, muesli ou aveia) (apenas cereais);
- Cereais de pequeno-almoço (cereais do tipo Cornflakes, muesli ou aveia) + bolachas integrais (sem adição de açúcar) + Tostas;
- Pão + cereais de pequeno-almoço (cereais do tipo Cornflakes, muesli ou aveia).
- Alimentos para as refeições principais:
- Arroz, massa ou batata.
- Alimentos para as refeições intermédias:
- Carne, pescado e ovos:
- Carne congelada: apresenta boa durabilidade (devemos gerir as quantidades, de acordo com a capacidade de armazenamento);
- Carne fresca: deve ser utilizada para consumo em 2/3 dias após a compra;
- Conservas de pescado: são uma boa opção para algumas refeições;
- Pescado congelado: apresenta boa durabilidade (devemos gerir as quantidades, de acordo com a capacidade de armazenamento);
- Pescado fresco: deve ser utilizado para consumo em 2/3 dias após a compra.
- Laticínios:
- Leite, bebida vegetal, queijo e iogurtes (devemos avaliar a capacidade de armazenamento no frigorífico).
- Hortícolas e frutas:
- Hortícolas com maior durabilidade: cenoura, cebola, courgette, abóbora, brócolos, couve-flor, feijão verde, produtos hortícolas congelados (mediante a capacidade do congelador);
- Frutas com maior durabilidade: maçã, pêra, laranja, tangerina.
- Leguminosas:
- Tanto as versões em conserva como as secas podem ser opções a considerar;
- As leguminosas para além de serem fonte de hidratos de carbono, são ainda fonte de proteína vegetal, podendo ser alternativas à carne e pescado, nas quantidades adequadas. Assim, podemos sempre experimentar fazer algumas refeições sem carne ou pescado.

Passo 4: Definir a lista de compras
O que precisamos de fazer para a elaboração da lista de compras é o seguinte:
- Verificar os alimentos que ainda temos disponíveis em casa;
- Verificar a capacidade de armazenamento à temperatura de refrigeração e congelação;
- Planear as diferentes refeições que pretendemos fazer, assegurando a utilização dos alimentos que ainda temos disponíveis em casa;
- Considerar a importância de incluir alimentos dos diferentes grupos, variando dentro deles.

Passo 5: No momento da compra
No momento da compra, devemos ter também alguns cuidados:
- Verificar e cumprir a lista de compras e comprar apenas o que realmente precisamos;
- Optar por alimentos que tenham um prazo de validade mais longo;
- Garantir que o nosso cesto de compras tem um bom equilíbrio entre alimentos com menor e maior durabilidade. Os alimentos com menor durabilidade podem ser adquiridos, contudo devem estar presentes em menor quantidade e deverão ser os primeiros a consumir;
- Preferir alimentos de elevado valor nutricional, em detrimento de alimentos com elevada densidade energética (ou seja, reduzir o consumo de alimentos que fornecem muita energia, mas poucos nutrientes);
- Assegurar a compra de produtos frescos, como fruta e hortícolas, preferindo aqueles que apresentam uma maior durabilidade e/ou produtos congelados para o caso dos hortícolas e mediante a capacidade de
armazenamento.
