A Dieta Mediterrânica assume-se como um dos padrões alimentares a seguir na procura de uma alimentação saudável e sustentável. Esta representa hábitos alimentares partilhados pelos povos da bacia do Mediterrâneo, no qual Portugal não se inclui pela geografia, mas sim pelos hábitos que são bastante semelhantes aos destes países.
A Dieta Mediterrânica engloba muito mais do que a perspetiva nutricional, acaba até mesmo por ser um estilo de vida, isto porque está relacionada com vários aspetos, desde a cultura, o ambiente, a saúde, entre outros.
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Os 10 Princípios da Dieta Mediterrânica
Frugalidade e cozinha simples
A Dieta Mediterrância privilegia as confeções que permitem uma maior preservação dos nutrientes, como é o caso, das sopas, dos cozidos, dos ensopados e das caldeiradas. A culinária mediterrânica caracteriza-se ainda pela diversidade de preparações, mas também pela sua simplicidade e pelas quantidades racionadas de ingredientes.
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Elevado consumo de produtos vegetais (hortofrutícolas)
Os hortofrutícolas são elementos centrais no padrão da Dieta Mediterrânica. São alimentos ricos em micronutrientes (vitaminas e minerais) e fibra, fundamentais para o bom funcionamento e manutenção do nosso organismo, aparecendo em menor quantidade e frequência os alimentos de origem animal. Trata-se de um padrão alimentar que se caracteriza então por um elevado consumo de produtos vegetais em detrimento do consumo de alimentos de origem animal, nomeadamente de produtos hortícolas e fruta, que deverão ser incluídos sempre nas refeições principais.
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Paralelamente à fruta e aos produtos hortícolas é recomendado o consumo de cereais, onde devem ser privilegiados os cereais pouco refinados e integrais, uma vez que estes apresentam níveis mais elevados de fibra e, por outro lado, mais baixos em açúcar.
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Consumo de produtos vegetais produzidos localmente, frescos e da época
A noção das estações do ano é algo bem enraizado na Dieta Mediterrânica, visto que os povos se habituaram a depender das culturas. Desta forma, o uso de alimentos de época também se encontra vincado na gastronomia portuguesa.
É também importante realçar que o recurso aos alimentos produzidos localmente, frescos e de época podem também contribuir para uma maior sustentabilidade ambiental, uma característica bastante associada à Dieta Mediterrânica.
Consumo de azeite como principal fonte de gordura
O azeite é um componente tipicamente associado ao padrão alimentar mediterrânico, representando a gordura principal utilizada neste tipo de alimentação. São inúmeros os estudos que revelam o interesse nutricional do azeite em contexto de saúde, devido à sua riqueza em gordura monoinsaturada (sobretudo ácido oleico), contribuindo no combate às dislipidemias, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas ou cancro.
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Consumo moderado de laticínios
Os laticínios mais consumidos na Dieta Mediterrânica são o queijo (tanto fresco como curado), os iogurtes, e em menor quantidade o leite. As recomendações apontam para um consumo diário de duas porções por dia,
preferencialmente magros (com o objetivo de diminuir a quantidade de gordura de origem animal ingerida).
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Os laticínios constituem uma boa fonte de proteína de elevado valor biológico, cálcio, fósforo e vitaminas A, B2 e D. Estudos indicam que o consumo de laticínios com baixo teor de gordura está associado a uma menor incidência de síndrome metabólico, particularmente em indivíduos com risco acrescido de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Utilização de ervas aromáticas para temperar em detrimento do sal
O consumo excessivo de sal está diretamente relacionado com a hipertensão arterial, pelo que a sua redução é fundamental. As ervas aromáticas, para além de substituírem o sal, conferem, também, cor e sabor às confeções culinárias, estando bem enraizadas na gastronomia portuguesa. São ainda fornecedoras (embora em pequenas quantidades) de vitaminas (A, C e complexo B) e minerais (cálcio, fósforo, sódio, potássio e ferro).
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Consumo frequente de pescado e baixo de carnes vermelhas
As atuais recomendações da Dieta Mediterrânica apontam para um consumo semanal superior a 2 porções de pescado, sendo preferível quando comparamos com as carnes, principalmente as vermelhas.
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O pescado apresenta características nutricionais mais interessantes que as da carne, devido à presença de micronutrientes como a vitamina D, iodo e zinco, mas sobretudo pela presença de ácidos gordos ómega-3, fundamentais para o bom funcionamento cardiovascular e o desenvolvimento cerebral.
Consumo baixo a moderado de vinho e apenas nas refeições principais
Outro componente associado à região do Mediterrâneo é o vinho, consumido tradicionalmente, em quantidade moderada e integrado no momento de refeição. O vinho, sobretudo maduro tinto, contém substâncias protetoras para a prevenção das doenças cardiovasculares, tais como o resveratrol (polifenol presente nas uvas). O seu consumo deve ser moderado, considerando-se apenas adequado para adultos.
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Contudo, a par dos potenciais benefícios do consumo moderado de vinho tinto em certos grupos da população, é necessário proceder a uma análise da situação portuguesa, face ao consumo de álcool, e dos efeitos nefastos deste quando ingerido em quantidades excessivas.
Água como principal bebida ao longo do dia
O consumo de água é fundamental para promover uma alimentação saudável.
Enquanto nutriente, a água apresenta um papel ativo em todos os sistemas e órgãos, com influência no bem-estar e saúde:
- Transporte de nutrientes e excreção dos resíduos desnecessários através da urina;
- Regulação da temperatura corporal;
- Otimização do desempenho físico;
- Melhoria do funcionamento cognitivo e estado de humor;
- Maximização da atenção, memória e concentração;
- Contribuição para o funcionamento saudável do coração;
- Preservação da elasticidade da pele;
- Colaboração na digestão e prevenção da obstipação.
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O valor de referência para a ingestão de água proveniente de bebidas, recomendado a adolescentes e adultos, é de 1,5 e 1,9 litros por dia, para mulheres e homens respetivamente.
Como fontes de água, temos o leite e iogurtes, fruta e sumos de fruta, os hortícolas e a respetiva inclusão em métodos de confeção como a sopa. Desta forma, recomenda-se a ingestão diária de sopa, não só pela excelência nutricional, reconhecida e enfatizada pelo padrão alimentar mediterrânico, mas também pelo seu valor hidratante.
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Convivialidade à volta da mesa
Fazer as refeições com a família ou com os amigos poderá conduzir a uma alimentação mais saudável e a um maior nível de bem-estar.
Para saber receitas que se enquadram no estilo da Dieta Mediterrânica clique aqui.
Conclusão
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A cozinha mediterrânica é uma cozinha simples que tem na sua base as sopas, os cozidos, os ensopados e as caldeiradas onde se incorporam os produtos hortícolas e as leguminosas, com quantidades modestas de carne e que usa como condimentos a cebola, o alho e as ervas aromáticas para enriquecer os seus sabores e aromas.
Esta simplicidade contrasta com uma culinária mais rica e elaborada reservada para os dias de festa.
De uma forma geral, a Dieta Mediterrânica trata-se de um estilo de vida que apresenta inúmeros benefícios para a saúde.