A presença de produtos biológicos (BIO) no mercado alimentar tem vindo a crescer, muito pelo facto destes alimentos serem associados a alimentos mais saudáveis e que trazem benefícios para a saúde. Mas será mesmo assim?
O que é um produto biológico (BIO)?
Um produto BIO é qualquer produto produzido sem recorrer ou com recurso mínimo a pesticidas, organismos geneticamente modificados (OGM), antibióticos, hormonas e aditivos alimentares artificiais.
De uma forma resumida, são produtos (de origem animal ou vegetal) produzidos de forma mais sustentável, com menos químicos, aditivos e recursos naturais.
Por outro lado, a própria produção de protudos BIO é reconhecida por preservar os recursos naturais e
basear-se em princípios de sustentabilidade, pois contribui para a biodiversidade e para uma melhor qualidade dos solos, água e ar, e ajuda ainda a combater as alterações climáticas (a agricultura BIO produz alimentos de elevada qualidade com impacto ambiental reduzido).
Em relação à criação animal, esta tem de ser próxima às condições naturais de um ecossistema.
Para um produto ser considerado BIO, este tem que obedecer a determinadas normas e, por isso, todo o processo de produção do mesmo tem que ser avaliado, desde a produção, distribuição, até à importação/comercialização.
Por exemplo, no caso dos produtos transformados, é permitido que contenham até 5% de ingredientes não biológicos, havendo ainda uma lista a seguir que descreve os ingredientes e os aditivos que podem ser usados.
Ao nível da comercialização, é proibido vender produtos convencionais e biológicos a granel no mesmo espaço, de forma a garantir maior controlo e a evitar eventuais contaminações.
Para saberes mais sobre as normas da produção biológica clique aqui.
Diferença entre produtos BIO e produtos “não BIO”
A evidência que existe diz que não há grandes variações em relação aos macronutrientes (proteína, hidratos de carbono e fibra) quando comparamos alimentos com uma produção biológica com alimentos com uma produção convencional (“não BIO”).
No entanto, alguns produtos BIO apresentam níveis mais elevados de compostos bioativos do que aqueles que são produzidos de forma convencional. Muitas vezes, apresentam uma melhor qualidade nutricional, isto é, contêm maiores quantidades de vitaminas e minerais e, por conseguinte, maiores capacidades antioxidante e anti-inflamatória, apresentando benefícios para a saúde.
Para além das vitaminas e dos minerais, em alguns produtos lácteos verificou-se uma maior quantiadade de ácidos gordos ómega-3, quando comparados com produtos convencionais.
Desvantagens dos produtos BIO
Apesar dos benefícios que os produtos BIO apresentam, estes também têm algumas desvantagens:
- São produtos na sua maioria mais caros, quando comparados com os produtos convencionais;
- Por não serem utilizados pesticidas químicos durante a sua produção, poderão ter mais bactérias e vírus (que não provocam alterações nos alimentos) e micotoxinas (substâncias químicas produzidas por determinados fungos), aumentando a probabilidade de intoxicações alimentares.
Existe alguma relação entre a obesidade e os produtos BIO?
Hoje em dia é evidente que os consumidores de produtos BIO apresentam um perfil sociológico específico: uma alimentação globalmente mais saudável do que a média, com menos açúcares refinados e mais atividade física, etc. Por isso, é lógico que encontremos menos obesidade nos consumidores de produtos BIO do que no resto da população.
Não nos podemos esquecer também dos benefícios dos alimentos biológicos, pois ao apresentarem teores mais elevados de ómega-3 e antioxidantes, ajudam no combate à obesidade.
Como identificar um produto BIO?
Para ter a certeza de que um alimento é biológico, procure o símbolo da “Eurofolha” na embalagem ou na etiqueta.
Trata-se de um logótipo de uma folha, desenhada a branco com as estrelas da União Europeia sobre um fundo verde-claro.
Conclusão
Os produtos BIO são uma tendência que se faz notar cada vez mais e à medida que o consumidor procura de forma crescente este tipo de produtos, simultaneamente a oferta vai aumentando.
As principais razões que levam à compra e consumo destes produtos são a crença de que são mais saudáveis e que têm menor impacto negativo no ambiente.
