Fígado gordo: tudo o que precisa de saber

A esteatose hepática, conhecida como fígado gordo, é uma situação frequentemente ligada à obesidade que muitas vezes é silenciosa, mas que pode trazer consequências para a função deste órgão importante.

O fígado desempenha um papel central no correto funcionamento do organismo, estando particularmente envolvido na regulação do metabolismo energético.

Em termos globais, atinge cerca de 20% a 30% da população independentemente da idade, género ou etnia. Há uma maior incidência em homens, sobretudo em idades mais avançadas, e também nas mulheres pós-menopáusicas.

fígado gordo

O que é o fígado gordo?

Fígado gordo significa acumulação de gordura nas células do fígado.

O fígado é o segundo maior órgão do corpo e desempenha inúmeras funções, tanto na digestão e utilização dos nutrientes, como na remoção de substâncias prejudiciais, além de uma boa regulação da coagulação.

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Outras funções das células do fígado são:

  • Produzem bílis para digerir as gorduras;
  • Acumulam glicogénio como reserva energética;
  • Filtram o sangue e expelem substâncias tóxicas;
  • Destroem células sanguíneas velhas.

Esta acumulação de gordura no fígado resulta da sua ingestão em excesso, ao ponto do organismo não a conseguir processar. Fala-se em fígado gordo quando a gordura corresponde a 5% a 10% da massa do fígado.

Pode ser uma situação simples, que não causa lesão do fígado, ou pode evoluir para inflamação do tecido deste órgão, como acontece com a cirrose (doença hepática crónica).

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Sintomas

A maioria dos pessoas não apresenta sintomas.

Por vezes, pode surgir cansaço e dor ou desconforto no quadrante superior direito do abdómen. Outros sintomas possíveis são:

  • Perda de apetite;
  • Náuseas e vómitos;
  • Icterícia (a superfície branca do olho e da pele apresentam uma cor amarelada);
  • Febre;
  • Ascite (consiste na distensão do abdómen por acumulação de líquido).

Os últimos três sintomas já correspondem a formas avançadas da doença, com lesão e inflamação do fígado.

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Causas

A gordura que é ingerida é metabolizada no fígado e noutros tecidos. Se ela for excessiva, fica armazenada no tecido adiposo. Daí pode ser transferida para outros locais e também para o fígado. Noutros casos, a gordura acumula-se neste órgão que se revela incapaz de a transformar para ser eliminada.

A causa mais comum de fígado gordo é o consumo de álcool. Cerca de 80% dos consumidores de álcool desenvolvem esta patologia, porque o álcool permite uma rápida acumulação de ácidos gordos no fígado.

Contudo, este quadro aparece também em pessoas que não bebem, designando-se por fígado gordo não alcoólico. Esta situação é prevalente em doentes com excesso de peso/obesidade, diabetes e com aumento do colesterol e/ou triglicéridos (associado a uma alimentação rica em hidratos de carbono e em gordura).

Outras causas, mais raras, de fígado gordo são:

  • Medicamentos (amiodarona, estrogénios, corticoides, tamoxifeno, antiretrovirais, tetraciclinas);
  • Certas doenças metabólicas genéticas;
  • Perda de peso rápida.

Pode ainda existir alguma predisposição hereditária para a ocorrência desta patologia.

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Diagnóstico

As técnicas mais comuns para o diagnóstico são a ecografia abdominal que revela um fígado com maior volume. Pode-se também suspeitar desta doença por alteração das análises ao sangue, em que se deteta aumento das enzimas hepáticas (transaminases: ALT – alanina aminotransferase – e AST – aspartato aminotransferase) em doentes obesos, diabéticos e/ou dislipidémicos.

A biópsia é o exame que permite confirmar o seu diagnóstico e ainda avaliar o grau de inflamação.

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Tratamento

Infelizmente, não existe nenhum tratamento específico nem medicamentos eficazes nesta situação.

As alterações no estilo de vida e a perda de peso (“ao alcançar uma perda de peso de, pelo menos, 5%, pode ocorrer uma redução do fígado gordo”) são aspetos fundamentais. Por isso, a dieta e o exercício físico são muito importantes. Há ainda que evitar o consumo de bebidas alcoólicas e controlar devidamente as doenças associadas, como a diabetes e as alterações do colesterol e dos triglicéridos.

Vale a pena sublinhar que, nas suas fases iniciais, o fígado gordo é reversível.

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Alimentação

A dieta mediterrânica é o padrão alimentar recomendado.

Trata-se de um padrão alimentar que recomenda uma dieta:

  • Pobre em gorduras saturadas;
  • Rica em fibras (hortofrutícolas e cereais integrais);
  • Que privilegia o consumo de laticínios magros;
  • Com um maior consumo de peixe, em detrimento da carne (deve-se privilegiar a carne branca pelo menor teor em gordura, nomeadamente a saturada);
  • Com um consumo moderado de álcool.
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Exercício físico

Adicionalmente à alimentação, o exercício físico é um importante aliado.

O exercício físico pode ser realizado por meio de atividade aeróbica (como caminhadas ou corrida) ou treino de resistência (como musculação), sendo ambos eficazes. A intensidade e a duração do exercício físico necessárias para reduzir significativamente a gordura hepática ainda não foram definidas. No entanto, as diretrizes recomendam mais de 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada, distribuída por três a cinco sessões, com uma combinação de atividade aeróbica e treino de resistência, já que assim se
conseguem maiores benefícios.

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Conclusão

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Sendo o fígado um órgão essencial para o normal funcionamento do nosso organismo (como podemos perceber pelas importantes funções que exerce), é de extrema importância fazer a alteração de hábitos de vida, de forma a prevenir problemas futuros, ou estando já o diagnóstico presente, ainda mais necessário é.

A opção por um estilo de vida saudável, a prevenção da obesidade, a prática de exercício físico, são aspetos importantes para essa prevenção.

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